Os jardins medievais e os jardins árabes

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Os jardins medievais e os jardins árabes

Convido-o a descobrir os jardins medievais e os jardins árabes.

A queda de Constantinopla no século XV colocou um ponto final no Império Romano do Ocidente e deu início à Idade Média.

Este período é, muitas vezes, considerado uma era de obscurantismo onde a produção intelectual, artística e cultural foi encurralada pelo domínio que a Igreja exercia em quase todas as áreas de uma sociedade marcada pelo conceito do pecado.

O luxo e a sumptuosidade da maioria dos jardins da Antiguidade acabou por ser substituído pela simplicidade e pela austeridade.

Os Jardins Medievais

Os jardins medievais passaram a ser cultivados em espaços planos e fechados, dentro de mosteiros ou de castelos.

Estes jardins costumavam ser divididos em canteiros quadrados ou retangulares com o objetivo de criar espaços que incentivassem à contemplação e ao repouso.

O que se cultivava

Neles era levado a cabo o cultivo de árvores de fruta, hortaliças e legumes, plantas medicinais, não só para a criação de remédios mas também para servirem de base a produtos de cosmética e perfumes. Por fim, cultivavam também plantas ornamentais para o embelezamento dos altares dos santos. As rosas eram das flores mais plantadas pois eram consideradas uma homenagem à Virgem Maria.

Os jardins dos mosteiros

No interior dos mosteiros, os monges criavam jardins delimitados por cercas com trepadeiras ou arbustos, onde através do recolhimento e do pensamento religioso se aproximavam do ideal do paraíso natural.

O carácter religioso também se fazia sentir nos caminhos que se cruzavam em ângulos retos, evocando a cruz de Cristo.

Os monges cultivavam as suas próprias plantas, com especial destaque para as aromáticas e medicinais.

Os jardins dos castelos

Os jardins medievais dos castelos ficaram marcados por duas inovações importantes. A primeira é a construção de labirintos e a segunda passa pela criação de alamedas com sombra, através da dobragem de ramos.

Os Jardins Árabes

A invasão árabe da Península Ibérica, com especial destaque para o sul de Espanha, fez surgir no sul da Península Ibérica os chamados jardins mouriscos que se baseava nas regras ditadas pelo Alcorão.

Estes jardins caracterizam-se por serem perfeitamente geometrizados, em forma de rectângulos, delimitados por muros. A rigidez da forma era suavizada pela vegetação que trazia cor e perfume aos espaços.

Porém, o principal elemento de um jardim árabe é a água, que podia surgir em canais, fontes e até mesmo pequenos riachos, e que servia para refrescar ambientes sujeitos às elevadas temperaturas do sul de Espanha e do Norte de África.

Espécies mais comuns dos jardins árabes

As plantas e flores mais utilizadas nos jardins mourisco eram as primaveras, as rosas, os jasmins e as alfazemas. Em relação às árvores, abundavam os plátanos e os ciprestes, além das mais diversas árvores de frutos.

Espero que tenha gostado de mais esta viagem pela evolução dos jardins ao longo dos séculos!

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por: Karine Moreau

Karine Moreau é uma arquiteta paisagista luso-francesa que, depois de se ter formado numa das melhores escolas da especialidade em França, estabeleceu-se em Portugal, mais precisamente em Sintra, para desenvolver a sua atividade profissional. Apaixonada pela natureza, pelo paisagismo e pelo urbanismo, coloca todo o seu profissionalismo e paixão ao serviço dos seus clientes – sejam particulares, empresas ou entidades públicas – por forma a criar espaços verdes que contribuem para uma melhor qualidade de vida.