Perceba a importância dos Planos Verdes
O êxodo das populações de zonas rurais para zonas urbanas veio levantar questões de gestão territorial e ambientais que são vitais para o desenvolvimento e a evolução sustentáveis das nossas cidades. É neste contexto que a importância dos Planos Verdes ganha destaque.
Em que consistem os Planos Verdes?
De uma forma resumida, podemos afirmar que os Planos Verdes são um conjunto de diretivas de referência que devem ser seguidas no planeamento urbano, impondo a manutenção e a reactivação dos sistemas ecológicos que, no espaço rural, garantiam a circulação do ar e da água, a constituição e a permanência de solos vivos e a presença de vida silvestre. São um instrumento imprescindível para os planos directores municipais (PDM) e o ordenamento do território.
Os Planos Verdes abordam temas como os sistemas de mobilidade e interligação, o património natural e cultural, bem como os riscos e as condicionantes naturais. A saber:
1) Sistemas de Mobilidade e Interligação
Neste âmbito são consideradas questões como a ligação aos corredores ecológicos da área metropolitana a que o Plano Verde se destina, por sistemas de unidades de paisagem estruturantes e a rede de ligações suaves (pedonal e ciclista);
2) Património Natural e Cultural
No que concerne ao património natural e cultural são tidos em conta elementos como por exemplo os fitomonumentos, os geomonumentos, as quintas e jardins históricos, núcleos históricos e espaços verdes, nomeadamente parques, jardins e parques florestais;
3) Riscos e Condicionantes Naturais
Neste campo, os Planos Verdes debruçam-se sobre temas como os sistemas húmidos, os sistemas de transição fluvial-estuarina, os riscos de mobilidade dos solos, o escoamento atmosférico, os sistemas de vistas, tendo em consideração as orientações climáticas de cada área.
Mas qual a real importância dos Planos Verdes?
Numa sociedade predominantemente urbana em que é necessário assegurar um desenvolvimento sustentável, os Planos Verdes são ferramentas fulcrais para a estruturação e qualificação dos espaços exteriores, para a proteção ambiental e para a melhoria das condições de vida das populações.
A gestão dos espaços urbanos
Tal como abordado no texto “Arquitetura Paisagista antes e depois da Rev. Industrial”, a deslocação das populações de zonas rurais para áreas urbanas conduziu a novas formas de vida mais distantes da natureza que, em última análise, levaram aos desequilíbrios ambientais e às graves questões ambientais que enfrentamos atualmente.
Por funcionarem como centros de mudança e de esperança numa vida melhor, as cidades passaram a sofrer uma pressão populacional sem precedentes. Como tal, foi – e continua a ser – necessário encontrar soluções que garantam o desenvolvimento sustentável, conciliando os interesses económicos com a proteção do meio ambiente e da qualidade de vida das populações.
Os Planos Verdes enquanto bússolas de orientação
A necessidade cada vez mais premente de apostar na qualificação dos espaços urbanos, numa sociedade sustentável, mantendo a qualidade de vida, exige que tomemos acções de planeamento que promovam uma gestão territorial mais equilibrada. Os Planos Verdes são um instrumento fundamental para conseguirmos atingir este objetivo.
Ao estabelecerem estratégias e orientações para o planeamento e para a gestão do território, os Planos Verdes contribuem para a proteção de áreas sensíveis, ajudando a precaver fenómenos como inundações, secas ou desmoronamentos, entre outros. Além disso, são fundamentais para a criação de espaços de bem-estar, onde se podem promover atividades culturais, desportivas e ambientais, que contribuam para o desenvolvimento e a atractividade das cidades, respeitando a Natureza.
E é este equilíbrio que a Paisageiro procura implementar em cada projeto que desenvolve ao serviço dos cidadãos, da paisagem e do ambiente.
